machismo é religião. feminismo é ciência.

foto: Felipe Kusnitzki (Madrid, 2016).

o machismo parece configurar-se como religião para a maioria dos homens. "um sistema sociocultural de comportamentos e práticas, moralidades, crenças, visões de mundo (...) profecias, ética ou organizações" maior do que qualquer outra para quem nele tem fé, o estimula e o exerce.

"maior do que qualquer outra" porque ela transpassa diversas correntes religiosas. assim, temos o machismo representado e perpetrado em todas elas na figura de alguns de seus representantes - umas mais, outras menos, mas todas elas.

o machismo é, portanto, a crença que mais une homens das mais diferentes congregações e vertentes religiosas, ajudando a perpetrar, assim, a sua grande manutenção de poder através de uma visão de mundo masculinista.

e isso tem mais a ver com a manutenção do cisheteropatriarcado do que com a manutenção de religiões em geral. logo, este não é um ataque à religiões, mas sim, um análise da religião "machismo" a fim de começar a traçar meios para superar sua teocracia.

e, uma vez entendida enquanto religião, é a maior religião em vigor no brasil atual.

"ah, mas e o feminismo, não é uma religião?". não. feminismo é uma ciência. pois é um "corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente"

machismo é religião. feminismo é ciência.